Lauraceae

Endlicheria krukovii (A.C.Sm.) Kosterm.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Endlicheria krukovii (Lauraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

479.965,471 Km2

AOO:

48,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2027), com distribuição: no estado do Acre — nos municípios Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Acre, Rio Branco, Senador Guiomard, Xapuri e Xapurí —, e no estado do Amazonas — nos municípios Manacapuru, Manaus e Tefé. Segundo Quinet e Chanderbali (2004; Alexandre Quinet, comunicação pessoal, 2020) a espécie não é endêmica do Brasil, com ocorrência também no Equador, Bolívia e Peru.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore com até 22 m , não é endêmica do Brasil (Alexandre Quinet, comunicação pessoal, 2020). Popularmente conhecida como ajua no Equador; moenilla, tinchi, yuwich (Huambisa) no Peru e louro, louro preto do igapó no Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020; Chanderbali, 2004), foi documentada em Floresta de Terra-Firme, Floresta de Várzea e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associadas à Amazônia presente em municípios distribuídos pelos estados do Acre e Amazonas. Apresenta distribuição muito ampla, EOO=390695km², e apesar de poder ser considerada Em Perigo (EN) por B2(iii), com a AOO=44 km², sabe-se que a região de ocorrência conhecida ainda é considerada insuficientemente inventariada, corroborado pela baixa frequência de coleta de E. krukovii desde sua descrição, e ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência prístinas. Assim, embora o valor de AOO, tamanho populacional conhecido e distribuição geográfica sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros. Foi registrada em Unidades de Conservação de uso sustentável e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias em bom estado de conservação. Assim, diante deste cenário, portanto, E. krukovii foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2008
Quantidade de locations: 9
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Meded. Bot. Mus. Herb. Rijks Univ. Utrecht 42, 531, 1937. É reconhecida pelas inflorescências relativamente multiflorosas com flores infundibuliformes densamente pubescentes dentro das quais todos os estames têm anteras ovais . Popularmente conhecida como ajua no Equador; moenilla, tinchi, yuwich (Huambisa) no Peru e louro, louro preto do igapó no Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020; Chanderbali, 2004).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada rara (Alexandre Quinet, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme, Floresta de Várzea, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp Forest
Detalhes: Árvore com até 22 m de altura (Chanderbali, 2004). Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea e Floresta Ombrófila; florestas não inundadas do sopé dos Andes orientais, mas também em planícies inundadas sazonalmente na Amazônia ocidental entre ca. 200-1000 m ((Chanderbali, 2004; Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Chanderbali, A.S., 2004. Endlicheria (Lauraceae). Flora Neotrop. Vol. 91 1–141.
  2. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Endlicheria. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB23361 (acesso em 13 de agosto de 2020

Reprodução:

Detalhes: Espécimes com flor coletados de fevereiro a maio, e em outubro e novembro; frutas disponíveis o ano todo (Chanderbali, 2004).
Fenologia: flowering (Fev~May), flowering (Oct~Nov), fruiting (Jan~Jan)
Referências:
  1. Chanderbali, A.S., 2004. Endlicheria (Lauraceae). Flora Neotrop. Vol. 91 1–141.

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future regional very high
Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devido ao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
Os municípios Cruzeiro do Sul (AC), Porto Acre (AC), Rio Branco (AC), Senador Guiomard (AC) e Xapuri (AC) possuem, respectivamente, 7,81% (68592,5ha), 45,39% (118227,1ha), 26,98% (238417,8ha), 66,76% (155023,5ha) e 22,73% (121536,3ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Cruzeiro do Sul (AC), Porto Acre (AC), Rio Branco (AC), Senador Guiomard (AC) e Xapuri (AC) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 9.1.1 Sewage habitat past,present,future local high
A crescente expansão demográfica e industrial nas últimas décadas, devido à implantação da Zona Franca de Manaus, trouxe impactos ambientais à região. Como principal consequência o comprometimento das águas da bacia do Rio Tarumã-Açu por despejos de esgotos domésticos e industriais, restos de animais, detergentes, desinfetantes, erosão, lixo e detritos que são jogados, dentre outros (Melo, 2002).
Referências:
  1. Melo, E.G. de F., Franken, W.K., 2002. Estudo Físico-Químico nas Águas da Bacia do Rio Tarumã-Açu. XI Jornada de Iniciação Científica do PIBIC/INPA. Manaus-Am. URL https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/4244/1/pibic_inpa.pdf
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3 Indirect ecosystem effects 9.1.3 Type Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
O chorume gerado do aterro sanitário da cidade de Manaus, contem alta concentração dos metais pesados (Zn, Co, Ni, Cu, Fe, e Pb). Este chorume contamina os corpos hídricos da Bacia do Tarumã-Açu causando impacto ambiental. Segundo Santana e Barroncas (2007) a alta concentração destes metais pesados está muito acima dos valores permitidos pela resolução 357/2005 do CONAMA.
Referências:
  1. Santana, G.P., Barroncas, P. de S.R., 2007. Estudo de metais pesados (Co, Cu, Fe, Cr, Ni, Mn, Pb e Zn) na Bacia do Tarumã-Açu Manaus (AM). Acta Amaz. 37, 111–118. URL https://doi.org/10.1590/S0044-59672007000100013
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat past,present,future national very high
Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores prevêem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados em outras regiões.
Referências:
  1. Silva Junior, C., Aragão, L., Fonseca, M., Almeida, C., Vedovato, L., Anderson, L., 2018. Deforestation-Induced Fragmentation Increases Forest Fire Occurrence in Central Brazilian Amazonia. Forests 9, 305. URL https://doi.org/10.3390/f9060305

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Floresta Nacional de Tefé e Parque Nacional da Serra do Divisor.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.